
cartaz de divulgação
Na palestra intitulada Políticas Linguísticas e Direito à reparação pela repressão e extermínio de línguas, que ocorreu no dia 08/04/25, a palestrante Rosângela Morello expôs o cenário multilíngue brasileiro, constituído pelas línguas indígenas, as línguas alóctones (de imigração), as afro-brasileiras, as línguas de sinais (dentre elas as línguas indígenas de sinais), as línguas crioulas, e as variedades do português. Além disso, mencionou alguns documentos internacionais relevantes para a promoção dos direitos linguísticos e tratou da importância da investigação das condições de elaboração das legislações referentes à proteção das línguas, para compreender os movimentos sociais, culturais e históricos envolvidos.
A palestrante destacou, ainda, a importância das políticas de promoção e legitimação das línguas, compreendendo também as línguas como recursos hábeis à produção de ciência e sistemas de comunicação, por exemplo. Tal compreensão possibilitaria tratar do tema por meio de uma interface entre o Direito e a cultura, a tecnologia, o turismo.
Morello também destacou uma importante Nota Técnica (n° 08, de 14/09/2021), elaborada em parceria com a Defensoria Pública da União (DPU) e a Universidade de Brasília com o intuito de conscientização do direito humano à diversidade linguística, e que propõe medidas compensatórias pela história de repressão linguística no Brasil com o processo colonizatório.
Ao longo do debate, inclusive, foram indicadas obras para leitura, como o livro “Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador”, de Albert Memmi, e a obra “Rio Babel: a história das línguas na Amazônia”, de José Ribamar Bessa Freire.
Rosângela Morello convidou a comunidade acadêmica para refletir sobre formas mais atuantes e caminhos para colocar em prática as políticas de promoção e valorização do plurilinguismo, bem como ações de combate aos preconceitos, inclusive o linguístico.

Texto por: Gabriella de Macedo Pires Pereira (CAPES – UFF)
Revisado por: William F. Gomes (PIBIC/CNPq – UFF) / Rosângela Morello (IPOL/UNESCO)